I&D e Inovação
A Investigação & Desenvolvimento é um pilar cada vez mais importante da política de Desenvolvimento Sustentável da CIMPOR, tendo sido desenvolvidas ao longo dos últimos 15 anos diversas colaborações com universidades e institutos de investigação portugueses e internacionais (e.g. Instituto Superior Técnico (IST), Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), FCT-Universidade de Coimbra, Universidade de Évora, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), FCT-Universidade NOVA, Massachussetts Institute of Technology (MIT), Instituto Eduardo Torroja (IET), European Cement Research Academy (ECRA), etc.) em diversos projetos de I&D. Grande parte destes projetos de I&D, encontra-se orientada para a vertente da sustentabilidade do negócio, em particular, para o alcançar da neutralidade carbónica até 2050, a saber:
• Novos produtos (clínquer e cimento)
• Novos materiais cimentícios
• Combustíveis e matérias-primas alternativos
• Tecnologias mais eficientes, do ponto de vista energético, ao nível de diversas fases do processo de fabrico
• Captura, uso e armazenamento de CO2
Para além da procura da melhoria contínua e incremental dos nossos processos e produtos, através da avaliação e implementação de práticas e tecnologias de referência internacional, a CIMPOR tem vindo, de há uns anos a esta parte, a desenvolver estratégias de longo-prazo assentes, também, em programas de Investigação & Desenvolvimento (I&D) para responder a desafios futuros da empresa e desenvolver competências-chave em áreas definidas como prioritárias.
As iniciativas de I&D têm sido umas vezes conduzidas diretamente pela CIMPOR, outras vezes em parceria com universidades e institutos de investigação de prestígio internacional constituindo, atualmente, a problemática das alterações climáticas o principal motor de muitas dessas iniciativas.
Projetos de I&D CIMPOR com financiamento próprio exclusivo
Os nossos projetos de I&D têm sido centrados, sobretudo, na redução das emissões de CO2 associadas ao processo de fabrico do cimento, nomeadamente:
• Captura e uso de CO2;
• Nanoengenharia do C-S-H;
• Novos tipos de clínquer de baixo carbono (e.g., X-Clinker);
• Geopolímeros;
• Novos tipos de adições para substituição de uma fração do clínquer
• Pozolanas artificiais;
• Novos tipos de cimento de baixo carbono;
A mitigação do CO2 rumo à neutralidade carbónica em 2050 constitui o maior desafio da CIMPOR e do nosso sector nos próximos anos, e passará pelo desenvolvimento de novos ligantes hidráulicos, utilização de elevadas taxas de combustíveis e matérias-primas alternativos (e.g., projeto “secagem de CDR”, combustíveis e matérias-primas alternativos provenientes de resíduos de outras indústrias, potencial uso de resíduos de biomassa vegetal como combustível alternativo nos nossos fornos) e em novos equipamentos para a indústria de cimento (e.g., utilização de calor residual de processo para a produção de energia elétrica, racionalização do consumo de energia, produção de energia renovável, utilização de pequenas incorporações de hidrogénio nos queimadores dos nossos fornos, otimização da moagem de cimento, etc.).
Projetos de I&D financiados ou cofinanciados
Além disso, a CIMPOR participa regularmente em candidaturas a vários projetos de I&D financiados a nível nacional e europeu tendo, neste momento, em curso os seguintes projetos H2020:
• StrategyCCUS (Carbon Capture, Use & Storage| Strategic planning of Regions and Territories in Europe for low-carbon energy and industry through CCUS, 2019 – 2022) (Grant No 837754);
• EMB3Rs (User-driven Energy-Matching & Business Prospection Tool for Industrial Excess Heat/Cold Reduction, Recovery and Redistribution, 2019 – 2022) (Grant No. 847121);
• LEILAC-2 (Low Emissions Intensity Lime And Cement, 2020-2024) (Grant No. 884170).
c5Lab - Laboratório Colaborativo do setor cimenteiro naciona
A CIMPOR entende que a única forma de reduzir as emissões de CO2 para atingir os objetivos climáticos é a de inovar continuamente nas suas práticas, produtos e tecnologia e, para tal, deveremos parcerias, procurando as mais variadas competências, nomeadamente, juntando a indústria e as instituições científicas em projetos comuns. Nesse sentido, em 2020, a CIMPOR juntamente com quatro importantes parceiros nacionais, foi membro fundador do laboratório colaborativo (CoLab) do setor cimenteiro, c5Lab.
Este CoLab nasceu a partir de um programa de colaboração entre o governo português e várias indústrias nacionais e entidades do sistema científico nacional, tendo o objetivo de impulsionar a inovação no setor.
O c5Lab visa, entre outros aspetos, apoiar a inovação no setor de cimento, desenvolvendo investigação pré-competitiva com um foco na redução da pegada de CO2 do clínquer, cimento e betão e, dessa forma, permitir que o setor cimenteiro se transforme radicalmente e evolua de modo a alcançar a neutralidade de carbónica até 2050. Pretende-se que esta importante parceria tripartida, Academia / Indústria / Laboratório de Estado, obtenha reconhecimento internacional dentro do setor e possa até, em alguns domínios da nossa indústria, vir a desenvolver competências distintivas e realizar I&D de classe internacional, integrando-se de modo perene noutras redes internacionais de I&DI da indústria.
Tudo isto deverá ser realizado com base na integração de conhecimentos científicos e técnicos avançados, recorrendo a recursos humanos altamente qualificados, em estreita cooperação pré-competitiva entre empresas do sector, universidades, centros de investigação e laboratórios estatais, de forma a ser proporcionado o acompanhamento dos mais recentes desenvolvimentos científicos e a conversão destes desenvolvimentos científicos em conhecimento e soluções próprias com aplicação mais imediata na indústria cimenteira. As atividades de I&D no c5Lab cobrem, atualmente, três domínios principais:
• Área 1: Captura & Uso de CO2
• Área 2: Transição & Eficiência Energética
• Área 3: Materiais cimentícios sustentáveis e inovação no seu processo de fabrico
Inúmeros projetos e muitos outros em carteira encontram-se já em desenvolvimento envolvendo mais de 50 investigadores do c5Lab e respetivos parceiros.